Livros

Título: ENQUANTO ESPERO O TROCO DO CAFÉ
Autor: Doralino Souza

ISBN: 978-65-85039-51-2

Formato: 12 x 18 cm
Páginas: 88
Gênero: Contos
Publicação: Bestiário, 2023

O leitor pouco acostumado com os resultados surpreendentes da chamada Literatura Minimalista tem em suas mãos um livro exemplar do que os bons textos mínimos devem ser. Doralino Souza é um mestre nesse ofício de contar histórias altamente impactantes com o mínimo de recursos. Cada microconto seu tem uma história e uma segunda história que, uma vez revelada, é capaz de suscitar reflexões profundas sobre a vida e a experiência humanas. Não se iludam com o título do livro: é uma obra para proporcionar tamanho mergulho que facilmente fará o leitor esquecer o troco, o café e mesmo o mundo ao redor.”


Robertson Frizero, escritor.


Sobre o autor:
Doralino Souza publicou os livros Dentes no copo de uísque & outros contos de crime (2019, Editora JM2D), O Cânion de dentro (2016, editora JM2D) finalista ao Prêmio AGES – Livro do Ano e Anjos também usam boné (2014, Editora JM2D) novamente finalista ao Prêmio AGES – Livro do Ano. Foi vencedor do I Prêmio Literário Internacional de Microcontos. Tem participação em diversas antologias, incluindo o Prêmio Off Flip 2022. Idealizador e editor da Revista Paranhana Literário. É jornalista, educador social e ativista cultural.

Título: TODOS OS CONTOS
Autor: Isaac Starosta

ISBN: 978-65-85039-64-2

Formato: 14 x 21
Páginas: 182
Gênero: Contos
Publicação: Bestiário, 2023

Contos? Muitos leitores podem estranhar, mesmo os mais próximos da área da literatura, pois Isaac é mais conhecido como poeta, e isso desde a década de 1960. Ganhou vários prêmios por seus poemas e seu nome se consolidou com a publicação de quatro livros e a participação voluntária, também com poemas, por quase 20 anos, no Almanaque do jornal Zero Hora, de P. Alegre. Entretanto, no tempo excepcional da pandemia, em 2020, reuni mais de 40 contos de Isaac, escritos em várias épocas, alguns tendo sido publicados em revistas e jornais, alguns adormecidos no HD do computador, outros guardados em folhas datilografadas e amareladas pelo tempo. Observei que o conto A Doença foi publicado em 1970, na Revista ZH de Porto Alegre, portanto, Isaac escrevia poemas e prosa desde o início. A maioria dos contos foi publicada entre 1976 e 1980, época em que Isaac também ganhou um importante prêmio no gênero prosa, com o livro Porto dos Casados: o Prêmio Nacional de Romance outorgado pelo IEL/RS. Do currículo de Isaac também consta um prêmio da Secretaria Estadual de Cultura do Estado de Goiás, em 1977, para o livro de contos O Mistério de Eléusis. Tal livro ficou inédito, ainda não usávamos computador, e não ficou cópia do material enviado para o concurso.


Sobre o autor:
Nasceu em Caxias do Sul, RS, (28/4/1933), mudou-se na infância para Porto Alegre, onde vive até hoje. Graduou-se em Odontologia, pela UFRGS (1953). Exerceu a profissão em consultório particular e como concursado junto à Secretaria do Trabalho e Ação Social e Secretaria de Educação do RS, aposentando-se por tempo de serviço. Paralelamente, dedicou-se a assuntos culturais, publicando comentários sobre discos e livros, logo também poemas, crônicas e contos, na imprensa de Porto Alegre e de outras cidades do Brasil. Licenciou-se em Letras, pela UFRGS (1975). A Música é sua paixão desde a adolescência e, depois de aposentado, dedicou-se a estudar violino e participar de orquestras amadoras, em Porto Alegre e Caxias do Sul, além de colecionar gravações de vários estilos musicais.
Publicações individuais:
POEMAS AO PORTA DOR. Ed. Movimento, Porto Alegre, 1971.
PORTO DOS CASADOS (romance).
Ed. Flama/IELRS, Porto Alegre, 1976.
2ª edição, Ed. Ática, São Paulo, 1979.
O PERGUNTADOR (poemas). Ed. IELRS, Porto Alegre, 1977.
CAOS-CONSTRUÇÃO (poemas), coleção Petit-POA, Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre, 1992.
AMOR AO PORTO (poemas ilustrados por fotos de Márian W. Starosta).

Título: CONTOS DE TRENS
Org. Roberto Schmitt-Prym
Tradução:Vinícius Ceva de Moraes
Autores:
Nathaniel Hawthorne
Bjørnstjerne Bjørnson
Saki (Hector Hugh Munro)
Lucy Maud Montgomery

ISBN: 978-65-85039-54-3

Formato: 14 x 21
Páginas: 96
Gênero: Contos
Publicação: Bestiário, 2023

Não é só nos romances que encontramos a riqueza simbólica dos trens, no entanto. É o caso de um dos contos presentes nesta coletânea, A ferrovia celestial, de Nathaniel Hawthorne, prestigiadíssimo escritor norte-americano do século 19. Nele, uma paródia do livro O peregrino, uma alegoria sobre a vida cristã publicada no século 17 por John Bunyan, Hawthorne, desta vez de trem, reproduz a viagem original do protagonista em busca da Cidade Celestial.
Histórias envolvendo trens, no entanto, não precisam ter esse “outro lugar” para serem ricas, e tramas interessantes podem ser criadas a partir do traço mais característico desse meio de transporte: é um lugar onde desconhecidos se encontram e que qualquer coisa pode acontecer. Esse é o caso de outros dois contos da coletânea: O homem no trem, de Lucy Maud Montgomery (1874 – 1942), escritora canadense conhecida por escrever Anne of Green Gables (1908), e O contador de histórias, do escritor britânico Hector Hugh Munro (1870 – 1916), também conhecido somente como Saki.
O último dos contos foi escrito por Bjornstjerne Bjornson (1832 – 1910), um dos “Quatro Grandes” escritores da Noruega (ao lado de Henrik Ibsen, Jonas Lie e Alexander Kielland). Diferentemente dos outros três contos, porém sem demérito em qualidade, o autor de A ferrovia e o cemitério da igreja não retrata sua trama num trem. E não há nele heterotopia ou encontro entre desconhecidos.

Título: O MAL E OS MAUS
Autor: Paulo Wainberg

Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 184
Gênero: Contos
Publicação: Bestiário, 2022

ISBN 978-65-85039-27-7

Paulo Wainberg é um dos grandes prosadores da literatura do RS e do Brasil. Como foi jornalista de veículo impresso, é dono de um texto ágil de redator. Escreve o essencial, poucos adjetivos ou advérbios, tudo no lugar exato. Nada sobra, nada falta. Já publicou mais de uma dezena de livros, entre contos e romances. Seus temas variaram. Explorou o alcoolismo e as nuanças do envolvimento com o tráfico de drogas. Em vários momentos da sua produção, trabalhou com a violência do submundo e com o humor. Nesta coletânea de novelas (devido às características, inclusive de extensão), o principal objetivo é retratar a maldade em suas várias facetas: assaltos, estupros. Outros estilos de maldades se apresentam nas novelas seguintes. É como se o ex-repórter desejasse transformar notícias policiais em algo mais profundo, com análise psicológica e cogitações de comportamento, quem sabe para entender até que ponto vai a maldade humana.

Eduardo Jablonski

Sobre o autor:
Paulo Wainberg é de Porto Alegre, advogado e escritor.
Na literatura, desenvolve um trabalho envolvente, com humor e cáustica ironia. Seu tema é a vida urbana, seus conflitos, encontros e paixões. As histórias acontecem em qualquer grande cidade e seus personagens percorrem trajetos ágeis e por vezes, alucinantes. Publicou vários livros de crônicas, gênero pelo qual é apaixonado.
O conto aparece no livro “A resposta final” no qual uma estranha relação se estabelece entre o personagem e seu alter ego que conversam a respeito das histórias que recheiam a obra.
Mas é no romance que o autor transita com mais intensidade. Com doze livros publicados, Paulo Wainberg nos apresenta agora “O mal e os maus”.

Título: A MEDIDA DO PÊNDULO
Autor: Evandro Lopes

Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 154
Gênero: Contos
Publicação: Bestiário, 2022

ISBN 978-65-85039-25-3

Essa história de Evandro Lopes, quem sabe a melhor do livro, porque despertaria reflexões, não chega a ser nem o estranho (embora haja uma explicação), nem o fantástico, encontra-se num limite entre as duas, e também traz o aspecto ensaístico. Daria um nó teórico em Todorov. Não é correto revelar, aqui, o final do conto. O leitor precisa descobrir por si. Em tese seria o ‘estranho’, mas também poderia ser interpretado como um ‘relato normal’, porque é possível haver a coincidência de vários leitores ao mesmo tempo num ônibus. Mas o contexto tupiniquim não privilegia atitudes inteligentes, então, para o Brasil, todos estarem lendo seria o ápice do absurdo. São contradições que enriquecem esse conto genial.

Eduardo Jablonski sobre o conto “No ônibus”.

Sobre o autor:
LIVROS PUBLICADOS DO AUTOR

Contos

PASSAGENS, 2010
SOL NA TARDE GRIS — Meditações de Outono, 2018
NA ÍRIS DO SILÊNCIO, 2018
NOZES QUEBRADAS, 2019
O OLHAR DE VÊNUS, 2020
A MEDIDA DO PÊNDULO, 2022
“LÂMINAS DO DESTINO” – Disponível em e-book, Amazon. — Lançamento no primeiro semestre de 2023, físico –

Poesias

DOZE POEMAS PARA TE CONQUISTAR, 2006
GARATUJAS DE AMOR e suas Complexidades, 2016
GERMINAL – Poemas por amor à vida, 2017
JANELAS MÍNIMAS – Haicais, 2020
BORBOLETAS NÃO FAZEM NINHO, 2021

Outras publicações:

OUTRAS SEM / CEM PALAVRAS, 2018
OSCILAÇÕES DE PARTIDA
– com um haicai traduzido para o japonês, 2022
CLARÕES MANIFESTOS, HAICAIS BRASILEIROS, 2022

Todos pela Editora BESTIÁRIO/CLASS.

Evandro Lopes –
WhatsApp – 51 99565 0256
eddybfreitasbel@gmail.com

Título: CONTOS CURTOS
PARA CRIANÇAS PEQUENAS COM OLHOS GRANDES

Autor: Ahron Ragusa Guimarães e Cadu Souza

Formato: 21 x 21 cm.
Páginas: 40
Gênero: Contos infantojuvenis
Publicação: Bestiário, 2022

ISBN 978-65-998288-6-7

O que há de mais estranho nas histórias é o mais potente no universo de Ahron. Ele usa o seu conhecimento das estruturas dos contos para fugir da tradição e se encontra consigo mesmo, com a invenção. São estranhamente poéticos estes contos, com ironia fina. Ahron investe na poética e filosofia próprias do universo da criança através de uma escrita do dia a dia que subverte o dia a dia.
O leitor não sabe o que vem depois porque o escritor também não se propõe a saber. E, acima de tudo não se rende às vontades de leitores e leitoras. Aqui encontramos contradição em tudo; Ahron mostra as engrenagens do conto por dentro, sem revelar a máquina.
Seriam os gnomos dentro do gigante?

Roger Mello, escritor, ilustrador e dramaturgo
Vencedor dos prêmios Jabuti e Hans Christian Andersen

Sobre os autores:
Ahron Ragusa Guimarães nasceu em São Paulo, SP. É engenheiro e pintor premiado em importantes salões de arte do Brasil. Este é seu primeiro livro, compilado de histórias contadas para seu filho ao longo dos últimos três anos.
Cadu Souza nasceu em Sorocaba, SP em um tempo em que se subia em árvores para comer mangas, rodava pião e voava com aviões de papel. Xilogravurista há quase uma década, seu trabalho é a continuação dessas brincadeiras.

R$ 34,00

Título: FUROS NA CARNE
Organização: Luiz Antonio de Assis Brasil

Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 124
Gênero: Contos
Publicação: Bestiário, 2022

ISBN 978-65-998288-2-9

A Antologia reúne contos dos 15 participantes, cujas narrativas perpassam diversos aspectos da condição humana.
Na culinária, furamos a carne com uma faca para que o tempero penetre e a peça fique toda saborosa. Na vida, furos na carne são as marcas do nosso corpo. São os poros por onde suamos e choramos. São os buracos pelos quais escutamos, vemos, falamos. São as feridas por onde sangramos, que definem nossas cicatrizes. Os furos, as marcas são rastros. E todo rastro existe para que a ferida não seja esquecida e a memória permaneça.

Antonio Catalão
Afrânio Melo
Álvaro Uliani
Amanda Zulke
Clarissa Wolff
Enzo Fuji
Fernanda Vivacqua
Fernanda Grabauska
Glauber Cruz
Igor Ribeiro
Juliane Vicente
Lia Kulakauskas
Orete Nascimento
Thiago Prusokowski
Vanessa Passos

R$ 46,00

Título: ENTRE TELAS
Aurora: Cíntia Moscovich (organização)

Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 142
Gênero: Contos
Publicação: Bestiário, 2022

ISBN 978-65-85039-23-9

Durante a pandemia, o grupo de autores que aqui se apresenta a mim se apresentou para, juntos, seguirmos a vida da melhor forma. Eu precisava trabalhar e me dispunha a dar a eles uma oficina de criação literária; eles se dispunham a estudar e, confiando em mim, me acompanharam. Ao fim do curso, eles tinham me enchido de esperança e mais: me ensinaram o valor transcendente do talento e do empenho. Entre telas, o lindo livro que o leitor tem em mãos é o resultado de aulas cheias de entusiasmo, risadas e companheirismo, virtudes que esses cinco persistentes queridos me ensinaram grandemente. Não fossem eles, dificilmente eu saberia o quanto vale o talento. Com vocês, nossos autores entretelianos.

Sobre os autores:

Gustavo Guimarães
Nasceu em 1976. Apesar de sua formação jurídica, tem buscado expressar a realidade com a linguagem de um ser humano normal, encontrando na literatura, e em especial no conto, a forma mais eficaz e prazerosa de fazê-lo. Vive no campo, com esposa e filhas.

Leandro Selister
Nasci em Vacaria. Aos dois anos de idade, meu pai, que era militar, foi transferido para Pelotas, onde vivi até os 17 anos. Aos 18, em 1983, passei a morar em Porto Alegre. Nestes quase 40 anos, exercitei meu lado criativo através de muitos projetos que transitam entre o desenho, fotografia, design, intervenções urbanas e até bordados. Publiquei dois livros e considero um deles, “Tique-taque, tremor das pequenas coisas”, o trabalho mais lindo que já fiz até hoje. A pandemia trouxe a descoberta da diária e isso me levou ao desafio de frequentar a oficina da querida Cíntia Moscovich. O resultado vocês encontrarão nas próximas páginas, bem como os contos escritos pelos meus colegas. Assino com amor e orgulho, a ilustração da capa, generosamente aprovada pelo grupo. Desejo a todos, uma ótima leitura, com muita emoção e diversão. Para terminar, só quero apresentar a cachorrinha simpática que está comigo na foto. O nome dela é Chica, uma vira lata que foi adotada dois meses antes de iniciar a pandemia. O amor incondicional, o bom humor e companheirismo dela foram vitais para enfrentar esse período.

Paulo de Argollo Mendes
Talvez por ter morado próximo da Biblioteca Pública me tornei, já na adolescência, leitor contumaz. Nos anos 70, época de hippies viajei, pedindo carona nas estradas, pelo Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. A influência de meu pai, figura central na minha formação moral, ética e humana, e a curiosidade sobre as reações químicas que na intimidade microscópica de uma célula são capazes de produzir ideias, memórias e sentimentos, me levaram à medicina. E através dela ao contato com o que há de mais torpe e sublime no coração humano. A prática médica me fez ver que muitas das causas do sofrimento não podem ser vencidas dentro do consultório. É preciso enfrentar o mal nas entranhas da sociedade, o que me levou a presidir o Sindicato Médico, função que exerci por mais de 20 anos.
Fui conselheiro do Conselho Regional de Medicina do RGS, do Conselho de Administração da UNIMED Porto Alegre, presidente da Federação e da Confederação Nacional dos Médicos, da Associação Luso-brasileira de Medicina, Membro da Academia Sul-rio-grandense de Medicina e, com muito orgulho recebi, pelos serviços prestados a causa da saúde o título de Cidadão Emérito de Porto Alegre e a condecoração da Cruz Vermelha. Estas atividades me levaram a viajar muito e a conviver com culturas tão díspares como a Zulu na África do Sul e a muçulmana nos Emirados Árabes. Morei brevemente na Inglaterra e poucos meses em Cuba. Fui médico voluntário na epidemia de Covid. Todas experiências enriquecedoras e com reflexo natural sobre o que escrevo.
Fui desafiado pela querida amiga Cíntia Moscovich. Declaro-me desde logo inocente, cabendo a ela a integral responsabilidade por me levar a escrever e a participar desta coletânea.

Regis Burmeister dos Santos
Sou natural de Porto Alegre RS desde 1947. A minha formação escolar ocorreu no Colégio Concórdia, de orientação luterana. Cursei odontologia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Sou especialista em Cirurgia-Buco-Maxilo-Facial pela PUC-RS, mestre em Endodontia pela USP-Bauru e doutor em Endodontia pela UFRGS. Admirador de todo tipo de arte, fui atraído para a literatura pelo acesso às “coleções” de livros,comuns na época da minha infância. Após ter exercido o magistério e a prática da odontologia por cinquenta anos, a aposentadoria me permitiu participar do curso de escrita criativa da professora Cíntia Moscovich. Embalado pela empolgação da Cíntia com a elaboração dos mais diversos tipos de redação e pelo companheirismo dos colegas de curso, decidi embarcar nesta obra conjunta. Como os textos aqui publicados harmonizaram a minha alma, espero que o leitor encontre neles momentos de paz espiritual.

Tainá Corrêa
Tainá Corrêa nasceu no Natal de 1982, em Goiânia. Tem formação em publicidade e propaganda pela PUC-Goiás. É sócia, criadora e editora da Revista Bula (www.revistabula.com). Reclama, mas está no Instagram: @tainacorrea.

Título: DECLÍNIO ÂMBAR
Autor: Felipe Szyszka Karasek

Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 94
Gênero: Contos
Publicação: Bestiário, 2022

ISBN 978-65-998288-5-0

Em “declínio âmbar”, Felipe Karasek nos convida para a poética do outono. Estamos sob a sombra de um plátano verde-folha com um café na mão. As personagens desfilam com o calor. Elas nos brindam com intimidades e logo vão embora, sem se despedir. Aguardamos, ansiosos, pelas próximas cenas – as folhas amarelecem. Não é uma espera qualquer, o ar fica rarefeito e suspenso. Tudo parece que acabou de acontecer.
Os barulhos do trânsito, de final de festa, de bicicletas, da infância fogem, desejamos reconhecer cada descrição e sorrimos porque poderia ser um de nós ali naquele vento, caminhando pelas folhas laranja que cobrem o chão, são as ruas de Porto Alegre, Montevideo ou de um lugar perdido no leste europeu. O próximo e o distante estão em cada página.
O frio se anuncia e um pouco de solidão nos faz companhia. Queríamos só mais um café, uma cena, uma outra página, mas a neve cobre tudo. A última folha cai sem despedida, agora estamos preenchidos pelas reflexões, deslocamentos e afetos que Declínio Âmbar nos causou.

Juliana Grünhäuser
Doutora em Escrita Criativa.

Sobre o autor:
Felipe Szyszka Karasek.
Doutorado em Filosofia pela PUCRS. Cursou a Oficina de Criação Literária de Luiz Antônio de Assis Brasil. Publicou, pela Editora Bestiário: “Uma filosofia da dor: a sabedoria trágica no jovem Nietzsche”, “Pelo que vale a pena morrer”, “A solidão do estilo: escrituras, biografias; fragmentos, notas”, “Nos abismos: sobre a interpretação da natureza em Nietzsche” e “Nietzsche 170”.

Título: MOSAICO DE INSTANTES
Aurora: Luiza Faillace

Formato: 21 x 21 cm.
Páginas: 114
Gênero: Contos
Publicação: Bestiário, 2022

ISBN 978-65-85039-26-0

Com leveza e sensibilidade, Luiza Faillace nos oferece Mosaico de instantes como uma possibilidade de olhar a vida com espanto diante de sua beleza e complexidade. Que suas imagens reverberem em nós e possam compor o nosso mosaico de boas leituras.

Sobre a autora:
Luiza Maria Faillace Mallmann, natural de Arroio do Meio, RS, reside em Porto Alegre. Cursou graduação no Curso de Letras e Artes-PUC RS e Especialização em História da Cultura Ibero-Americana na referida Universidade. Participou com minicontos das edições de Sem/Cem Palavras e Outras Sem/Cem Palavras (Bestiário 2019), Coorganização da Profª. Cinara Ferreira.

Título: DE TUDO UM CONTO
Autores: Cíntia Moscovich (organização e apresentação), Cristiane Costi e Silva, Graziela Feijó, Inês Lempek, Márcia de Lima Canez, Maria Graça Pinto Ferreira, Martha de Moraes Coelho e Sinara Foss

ISBN: 978-65-998288-0-5 

Formato: 14 x 21
Páginas: 78
Gênero: Contos
Publicação: Bestiário, 2022

As sete gurias que contam

Cíntia Moscovich

Durante a pandemia, o medo fez com que muitos de nós paralisassem a vida. O anúncio da morte a adejar, a incerteza e a crueldade, tudo isso fez com que recuássemos e nos resguardássemos — e se sabe que o medo não é o melhor lugar para a criação. Um grupo de sete mulheres — de gurias, melhor dito — não se contentou com andar sem criar ou construir. Atendendo a meu convite, eu, que sempre tive medo de parar, conseguimos fazer aulas on-line, descobrindo literalmente juntas o que era o tal Zoom, como funcionavam os quadradinhos, como podíamos ficar juntas mesmo separadas. Foram meses de discussão, de trocas, de dúvidas, de conversas (e de risadas). O resultado amoroso daqueles encontros, e de tantos outros que as gurias decidiram manter por conta própria, pode ser conferido aqui. Devo agradecer a elas por me manter viva e desperta e porque me emprestaram o enorme talento demonstrado nas páginas que se seguem, elas que são enormes de vocação de vida e de energia. Cada uma de seu jeito, todas elas prontas a contar vários contos.
Cristiane Costi e Silva tem o dom da observação e de transfigurar o que era impressão em linguagem, virtudes que a fazem transcender a simples promessa — ao menos é o que se diz de autores estreantes. Com uma sensível veia poética, ela conta a história térrea desta mulher que, na praia, deitada de bruços na areia, vê o mundo passar. Depois, há a devotada história daquele jardineiro que tem que se despedir da patroa-amiga a quem tanto se dedicou por anos, e é uma das coisas mais belas que o leitor poderá ler em muito tempo. O desfecho de seus textos é a narrativa sobre o encontro de dois jovens que se haviam conhecido por internet e que resolvem se ver pessoalmente no Posto 5, no Rio, que tem um andamento trepidante e um desenlace digno das melhores histórias de suspense.
Graziela Feijó aposta naquilo que talvez seja a tarefa mais difícil para quem escreve: o humor. Os contos que ela apresenta são pautados pela graça e pela ironia mais profunda — a do olhar de uma mulher, e ainda mais de uma mulher enfastiada com o dever social que cumpre meio a contragosto —, tudo com uma elegância digna de nota. O segundo conto da série se ocupa daquele sujeito que, ao despertar, não se reconhece — mesmo — e, à maneira de Kafka e de Cláudia Tajes — da Cláudia Tajes que entabulou um diálogo com Kafka —, entende que uma metamorfose estranhíssima ocorreu. E há, para encerramento, o olhar apaixonado da mulher que entende que tudo deu certo, de uma beleza simples e serena.
Inês Lempek, que é também poeta, tem uma escrita suave, com delicadezas que levam a subentendidos muito potentes. O primeiro trabalho de sua série, a história da menina que deve buscar ovos no galinheiro, é todo ele filigranado em doçura, o mesmo cuidado com a linguagem que tem a personagem ao se dar conta (e virar cúmplice) do milagre da vida. Inês também apela aos sentidos do leitor ao se valer de uma paleta de cores intensa e muito viva, que vibra em ação. Ao encerrar, no terceiro texto, conta uma história de amor daquelas que envolve paciência e compreensão e que levam, via de regra, a um desenlace nem tão feliz assim — como é o caso.
Márcia de Lima Canez tem uma prosa torneada à exaustão: percebe-se que busca a palavra justa e precisa à outrance. Com temas ousados, como o desejo e tentação da infidelidade, e justo partindo de uma mulher que vive numa conservadora colônia de imigração alemã, sua narrativa é sedutora e muito envolvente — e o mesmo se pode dizer do texto em que uma jovem mãe, desiludida, deve lidar com o filho especial, que nunca lhe deu os prometidos prazeres da maternidade. Márcia encerra seu tríptico com a misteriosa história do novo e milagroso ungido que toma muita cerveja e que pode caminhar sobre as águas.
Maria Graça Pinto Ferreira é toda elegância em sua prosa que flui com suave intensidade. Contadora de histórias nata — quem convive com ela sabe que sempre brinda a todos com alguma narrativa divertida e curiosa —, Graça não deixa faltar a essencial solidariedade no texto que abre seu turno (muito menos nos demais). Como em Márcia (aliás, ambas são da gloriosa cidade de Pelotas), Graça também conta a história de uma infidelidade, mas com um desfecho desses tremendos e, dadas as circunstâncias, inevitável. Para encerramento, a autora narra, com toda a miséria e humilhação, o acidente com um homem obeso no centro de Porto Alegre.
Martha de Moraes Coelho tem a apego aos cenários e aos objetos que contam histórias. No grande universo dos símbolos, Martha evoca significações e, com elas, enredos que superam as aparências. No entanto, é num conto em que o suspense vai se montando lentamente, quase como num thriller, que o clima de quase terror se estabelece e, como na vida, o que restam são dúvidas e ameaças que parecem eternas. Ao final, mudando completamente o tom do que vinha contando até então, um homem passa por um grande desconforto e já não sabe se o mal-estar que sente lhe vem da companhia infeliz que tivera ou da bebedeira a que se dedicou.
Sinara Foss tem uma fabulação incessante e muito divertida. O primeiro conto que ela oferece ao leitor é uma maravilha de enredo e de maneira narrativa: aos poucos, ficamos sabendo que uma metamorfose — e a alusão a Kafka, a segunda dentro do livro, não é só coincidência — está em curso e que estancá-la está fora de qualquer possibilidade, humana ou vegetal. Um texto dentro do texto dá sequência ao conjunto dedicado à autora, que numa excursão à metalinguagem, elabora um conto sutil e triste. Encerrado a coletânea, Sinara oferece ao leitor um texto cheio do nonsense da própria perda e da própria tristeza do luto, final arrebatador para um conjunto de textos simplesmente excepcional.
Essas são, num resumo muito resumido, as autoras que surgiram em meio ao caos e ao medo, e porque a arte transcende o medo e porque o talento ultrapassa o caos, elas já sabem que nada as deterá. Só há um caminho para cada uma delas: longa vida e sucesso.

Título: EM BREVE MEU AMOR  
Autora: Ana Sofia Brito

Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 72
Gênero: Contos
Publicação: Bestiário, 2022

ISBN 978-65-85039-03-1

Este livro começou no primeiro confinamento ditado pela pandemia. Ana Sofia Brito aproveitou os dias sem sair de casa para vasculhar todos os seus cadernos e papéis. Rasgou muito do que lhe entulhava as gavetas, mas também aproveitou muito – nas suas palavras, o que achava decente. O convite para escrever para um jornal e o encorajamento aí recebido levaram à ideia de um livro.
Em Breve, Meu Amor junta textos que vão do puro manifesto à prosa poética, mas todos têm algo próximo da autora: o amor, a família, os amigos, as viagens ou práticas que fazem parte dos seus dias. A escrita é simples mas surpreendente, e vamos por ela descobrindo que a cada momento podemos ser confrontados com muito do que mais profundamente toca cada um de nós.

Sobre a autora:
Ana Sofia Brito nasceu em Albufeira, Portugal, em dezembro de 1983. Aos dezasseis anos começou a trabalhar em teatro, como atriz, em paralelo com espetáculos de rua, e aos dezassete ingressou na Universidade de Coimbra, onde esteve dois anos. Posteriormente estudou teatro, teatro físico e circo em cidades como Barcelona, Rio de Janeiro e Lisboa. Em 2020 completou vinte anos de carreira como artista performativa. Frequenta o Clube de Escrita Criativa de Lagoa desde 2017. Em 2021, em plena pandemia, escreveu e publicou o seu primeiro livro, Em breve, meu amor, que conta com apresentações em Portugal e no Brasil. Atualmente, está em digressão com o seu mais recente espetáculo, Amor ou Sanidade, escreve para o jornal SeteMargens e tem um programa de rádio intitulado Palavra Corrente.

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