Livros

Título: PARAGENS
Autora: Patrícia do Amaral Borde

PRÊMIO ACADEMIA RIO-GRANDENSE DE LETRAS

Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 108
Gênero: Poesia
Publicação: Class, 2022

ISBN 978-65-84571-42-6 

A poesia é mergulho e transbordamento. Como recurso essencial à vida, a água é parente da palavra. Ambas possuem capilaridade (“a palavra adentra por todos os buracos”) e têm potência de ser e suavidade e violência (“hei de adorar a palavra pelo que ela tem de lava”). Se vemos nas águas belezas cristalinas, nela encontramos também os seres abissais. Os poemas reunidos neste livro, quase metalinguístico, ora levam o corpo a boiar na superfície do papel, ora proporcionam a vertigem do abismo. Paragens é o primeiro livro da carioca, educadora e artista plástica Patrícia do Amaral Borde. É resultado de escritos gestados antes de suas tantas mudanças, portanto, ancorados na Guanabara. Vai ver nasce daí a devoção “à constância das águas empoçadas” de que fala a poeta. Os líquidos que assumem diferentes formas exteriores, inundam igualmente as paisagens internas (Sou agora líquida límpida lânguida/ a passarinhar sobre o corpo das montanhas”) com a sensualidade característica da bela mulher que pinta suas palavras como escreve seus desenhos. Se “para ser água/há que ser também espera” podemos dizer que valeu a pena aguardar para esta publicação em Porto Alegre.

Carolina Pazos.

Sobre a autora:
Patrícia do Amaral Borde nasceu em 1988, em Niterói, RJ, e vive desde 2019 em Porto Alegre, RS. Artista visual, escritora, educadora e mãe do Caetano, é apaixonada por arte, poesia e crianças. Mestra em Educação pela Universidade Federal Fluminense, frequentou disciplinas nas Letras (UFF), na Escola de Belas Artes (UFRJ), e fez fundamentação em artes na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, RJ. Escreve desde os nove anos, quando iniciou seus diários e se encontrou com a literatura. Atualmente se dedica à escrita de seu segundo livro, ao estudo da cerâmica e à investigação de novas materialidades poéticas.

Título: ENFIM, NADA PRECISA SER COMO É
Autor: Paulo Sergio Rosa Guedes

Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 60
Gênero: Poesia
Publicação: Bestiário/Class, 2022

ISBN 978-65-84571-57-0

DESCOBERTA


Que olhos,
que brilho,
que viço,
o que é isso?
Eu temo, menina,
já tenham te dito
que ver-te no pranto
c’os olhos molhados
pr’um homem seria
(pr’um homem sensível)
igual a uma sina,
pois nem se imagina
o tamanho do encontro
que então se daria
!

Sobre o autor:
Paulo Sergio Rosa Guedes, Médico, Psiquiatra, Psicoanalista, nasceu em Porto Alegre, RS, em 1941. Obras Publicadas:
Palavras Guardadas, (organizador) – Edição da UFPEL – 1999.
O sentimento de culpa (em coautoria com Julio Cesar Walz), – Ed. do Autor – 2007
Nada precisa ser como é – Ed. do Autor – 2009.
A paixão, caminhos & descaminhos – Os Fundamentos da Psicoanalise – Ed. do Autor – 2010.
É preciso viver no mundo da lua (em coautoria com José Pedro Goulart) – Mínima Livros – 2015.

Título: O GESTO SENSÍVEL DO MUNDO
Autora: Denise Freitas

FINALISTA DO PRÊMIO MINUANO
PRÊMIO ACADEMIA RIO-GRANDENSE DE LETRAS
PRÊMIO AÇORIANOS

ISBN: 978-65-990301-2-3

Formato: 14 x 21
Páginas: 72
Gênero: Poesia
Publicação: Class, 2020

O gesto sensível do mundo realiza, desde seu título, uma cartografia lírica do universo humano. Tem um olhar sempre duplo, atento a como os opostos operam sobre cada coisa: como o cenário natural só se compreende dentro da experiência pessoal de cada um de nós; como vida e morte atravessam tudo o tempo inteiro e se anunciam em cada célula do mundo; como as pessoas só fazem sentido na geografia estranha e contraditória dos lugares – tanto os físicos quanto os da memória.
Nessa jornada esquiva, somos apresentados ao mundo natural: ao mar, às montanhas, ao céu e ao vento. Suas características são esmiuçadas com a naturalidade e a precisão que apenas uma grande artífice das palavras poderia ter. Contudo, a essência de cada um desses lugares é permeada pelo que neles há de humano, pelas experiências vividas e pelas memórias. Da mesma forma, também as pessoas serão tratadas em contraste com a geografia das coisas, com os caminhos e os processos do mundo natural, em sua pulsante dicotomia entre ordem e caos, vida e morte, alegria e tristeza.


do texto de Leonardo Antunes

Denise Freitas (Rio Grande, 1980) é escritora e professora. Autora dos livros Percurso onde não há (Artes&Ecos e Editora Bestiário, 2017); Veio (Butecanis Editora Cabocla, 2014); Mares inversos (Casa Aberta Editora, 2010 ) e Misturando memórias (Editora Maria do Cais, 2007). Possui publicações em coletâneas e revistas de poesia e crítica literária como Sibila, Germina Literatura, Musa Rara, Modo de Usar, InComunidade, entre outras. Escreve o blog: www.sisifosemperdas.blogspot.com

Título: lugar algum
Autor: Roberto Schmitt-Prym
Capa: Carlos Wladimirsky


Dimensões: 14 x 21 cm
Páginas: 88
Gênero: Poesia
Publicação: Casa Verde, 2020

Os poemas de Roberto Schmitt-Prym, neste lugar algum, impressionam pela mobilidade, plasticidade e variedade imagética. São compostos em vermelhos e azuis, dourados e terracotas, frequentam praias, pinturas e também a superfície dos objetos singularizados por truques de recortar a luz e despertar visagens: “assombro em paredes caiadas / e repintadas ferrugens // silêncio antigo”. Seus pequenos versos-títulos, grafados em linhas pretas no corpo de alguns poemas, em posição estratégica de sinalização, perturbam a leitura sequencial e produzem outras experiências formais que exigem um constante re-ler: ler outra vez, devagar e cuidadosamente.

 

Rita Lenira Bittencourt

Olímpico, eterno e perene

É importante que se diga: um entusiasta da Arena pode, sim, sentir nostalgia pelo Olímpico, assim como gremistas de gerações anteriores à nossa geralmente eram entusiastas do Olímpico e tinham, ao mesmo tempo, nostalgia pelo Fortim da Baixada.
Um sentimento não elimina o outro.
E isso, além de natural, é bom!
Não precisamos ser seres de raciocínios e sentimentos lineares, limitados.
Quando eu, minha mulher e meus filhos fomos à linda solenidade em que abraçamos o Olímpico numa comovida corrente tricolor de despedida, meu filho Pedro, aos 10 anos, olhou bem nos meus olhos marejados e pediu que eu parasse de chorar.
— Pai, a alma do Olímpico vai para a Arena!
Naquele instante, eu percebi. É apropriado conviver com esses dois sentimentos.
Mesmo um guri de 10 anos já sabia que levaria para sempre as lembranças dele, do pai e do avô compartilhando o mesmo amor nas cadeiras de ferro do Olímpico.
Vejo o advento da espetacular Arena como uma espécie de volta às origens e uma grande oportunidade de popularização do clube, ao desbravar uma área periférica de Porto Alegre.
Por que volta às origens? Porque a Baixada, assim como a Arena, ficava na entrada da cidade.
Sim, em 1903 o hoje sofisticado bairro Moinhos de Vento, nome muito sugestivo (os moinhos quixotescos do imortal…), era o limite de Porto Alegre, onde o casal Mostardeiro e Dona Laura tinha seus bucólicos descampados repletos de fauna e flora nativa. As avenidas 24 de Outubro e Plínio Brasil Milano eram o “caminho dos anjos”, a estrada que levava a Gravataí.
Mas e o Olímpico? Ah, o Olímpico…
O Olímpico, desde 1954, foi palco de um clube que, aos 51 anos, encontrava enfim sua vocação altamente popular. Embalada pelo hino do Lupicínio Rodrigues, uma inigualável ode à perseverança composta um ano antes, nossa cancha abrigou inúmeros episódios épicos.
No Olímpico, vimos desfilar craques que se tornaram eternos ídolos e hoje são lendas. Testemunhamos taças sendo levantadas. Choramos frustrações. Gargalhamos em superações. Abraçamos nossos pais naquele encontro geracional que o futebol tanto possibilita.
No Olímpico, vivemos epopeias.
No Olímpico, deixamos pedaços do que sempre seremos.
Do Olímpico, jamais esqueceremos.
Neste belíssimo livro dos meus queridos amigos Celso Gutfreind e Luiz Eduardo Robinson Achutti, é possível que perenizemos essa linda nostalgia em poemas e fotos.
Celso é camarada desde sempre. Somos contemporâneos do Colégio Israelita Brasileiro.
Achutti é parceiro de incursões jornalísticas, eu repórter de texto e ele, fotográfico.
Neste livro, vejo ambos se encontrarem e me trazerem parte importante do que sou.
Viver o Olímpico, na poesia das palavras e das imagens, é uma dádiva.
Sigam adiante, porque o resultado é comovente.
É lirismo à altura do que vivemos.
Nós merecemos. O Olímpico merece.

Léo Gerchmann.

Sobre os autores:
Celso Gutfreind nasceu em Porto Alegre, em 1963. Tem 46 livros publicados, entre poemas, crônicas, contos infantojuvenis e ensaios sobre psicanálise. Participou de diversas antologias no Brasil e no exterior (França, Luxemburgo e Canadá). Tem textos traduzidos para o francês, inglês, espanhol, chinês, e seus livros Narrar, ser mãe, ser pai e Tesouro secundário foram editados na França. É colunista da revista Estilo Zaffari. Finalista em catorze ocasiões, Celso recebeu, em 1993, o Prêmio Açorianos e o Henrique Bertaso, com poesia. Recebeu o Açorianos novamente, em 2021, no gênero infantojuvenil, além dos prêmios Passo Fundo de Literatura e Troféu Carlos Urbim, da Academia Rio-Grandense de Letras. Foi eleito patronável da Feira do Livro de Porto Alegre em seis oportunidades. Agraciado sete vezes com o Livro do Ano da Associação Gaúcha de Escritores, também foi finalista do Prêmio Jabuti 2011 e escritor convidado do Clube de Escritores Ledig House, em Omi (EUA), 1996. É psiquiatra e psicanalista de adultos e crianças pela Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre. Pela editora Bestiário/Class, publicou o livro A porta do chapéu – crônicas em Paris. E, last but not least, Celso Gutfreind é gremista.

Luiz Eduardo Robinson Achutti nasceu em Porto Alegre, em 1959. Fotógrafo há 50 anos, tem mais de cinquenta exposições, entre coletivas e individuais, além de oito álbuns publicados e quatro livros. Com Marcia Tiburi, publicou, em 2012, Diálogo/Fotografia. Integra a Coleção Pirelli/ Masp de fotografia contemporânea. Ganhou o Prêmio Especial de Originalidade Ensaio Fotográfico do II Concurso Pierre Verger 2004, o de Fotógrafo do Ano, o Prêmio Hercules Florence da prefeitura de Campinas. Antropólogo, é mestre pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e doutor pela Universidade de Paris 7 Denis – Diderot. É professor titular do Departamento de Artes Visuais do Instituto de Artes da Ufrgs. Em 2000, Achutti e Celso foram parceiros no livro Le Bois de Boulogne – elogio da miopia e outras visões. E, last but not least, Achutti é gremista.

Autores
Textos – Celso Gutfreind
Fotografias – Luiz Eduardo Robinson Achutti

ISBN: 978-65-86333-12-1

Formato: 25 x 25
Páginas: 90
Gênero: Poesias e fotografias
Publicação: Bestiário / Casa Verde, 2024

Pode ser ingrata a tarefa de dissertar a respeito de um filósofo intrigante como David Hume. E pode ser ainda mais desafiador impor a si mesmo o intento de apresentar ao leitor as sutilezas conceituais de um de seus temas mais complexos, aquele em torno da necessidade e da liberdade de nossas ações. De maneira surpreendente somente para aqueles que desconheciam o seu raro talento para a escrita, Thiago Cruz faz justiça à simbiose entre leveza e precisão caros à investigação humeana.

A obra é composta por 144 poemas de 12 versos voltados para a literatura cristã. Seu título faz referência ao tema-chave, os acontecimentos descritos em Apocalipse. Muitas vezes me inspirei em louvores ou trechos bíblicos, fato que o leitor notará ao longo de todo o livro, mas o foco principal é realmente a exposição dos meus dilemas pessoais à luz do que Deus me ensina a cada dia. A intenção, portanto, é mostrar ao leitor como Deus age em minha vida tanto nos momentos bons, quanto nos dias maus. Necessário se faz também preparar os leitores para os acontecimentos futuros.
Raquel Guimarães

“Sobre o que escrevo? Sobre tudo que me interessa, me comove, me impressiona, me horroriza. Comecei escrevendo poemas, como tradicionalmente os escritores iniciam seu caminho sem volta. Com tanto tempo de estrada, tenho alguns bons, mas quando leio grandes poetas, me encolho e me proponho, cada vez mais, a nunca publicar um livro de poesia. Quando era mãe de filhos pequenos, prestava muita atenção na vida das crianças, suas alegrias, seus interesses, suas necessidades, suas dores. (Alguém acha que criança vive feliz permanentemente?) Escrevia para que eles e elas fossem mais felizes, lidassem com suas tristezas e conhecessem a magia das criaturas sobrenaturais para dar mais cor e emoção à vida. Em seguida, vieram os contos, as crônicas. Quando jovem a gente dá preferência para o tema do amor, depois vê que há tanta coisa importante para ser falada, tanto que refletir sobre a vida, sobre os outros, os doentes, a morte… Mas eu sou uma contadora de histórias e logo parti para as novelas. Minha primeira novela foi esboçada na oficina literária do escritor Luiz Antonio de Assis Brasil, entre 1989-90 e editada em 1994, chamava-se QUARENTENA, está na terceira edição, revisada e ampliada, com o título de Notícias da guerra e o destino de Laura, editada pela Bestiário em 2017. Tenho também em papel e em e-book um romance intitulado Gemido da morte sob a sola dos sapatos, publicado pela Bestiário e comercializado pela Amazon. Em 2020, a Chris Hermann editou O outro lado da ponte, em PDF, livro escrito nos anos 90, trata do medo da AIDS, da vida política, dos relacionamentos com pessoas de níveis sociais distintos e em 2021, escrevi e publiquei no Kindle, Depois que tudo passar, romance escrito em 17 dias, que trata da vida de personagens confinados, personagens que sucumbem a doença, famílias com seus conflitos e suas aproximações através de histórias secretas que vêm à tona, hoje esse livro está em papel, publicado em 2023 pela Editora Bestiário. Penso que tenho muito que contar aos leitores que ainda não me conhecem.”

Este livro é uma autobiografia do casal. Há deliberadas omissões para proteger nossa intimidade. Afinal, quer no confessionário como no divã do analista, não revelamos alguns de nossos mais recônditos segredos. A modo de um diário, depois dessa introdução em que apresentamos a versão individual do que nos levou ao encantamento mútuo, vamos descrever em conjunto nossa trajetória até o momento da redação deste livro e nossos projetos futuros.

 

Nos contos de Sadi Pierozan, somos envolvidos num mundo que flerta com a crueldade humana, que faz fronteira com o sobrenatural, que sugere mais do que mostra, que permite que o leitor seja envolvido por uma atmosfera que aponta para a estética de Poe, quer na escolha dos temas, quer nos cenários ou na construção dos conflitos dos personagens.

 

Apresentamos aqui leituras sobre o Japão, como qualquer país com seus aspectos multifacetados, de muitas alteridades, como já foram realizadas por estudiosos e em pesquisas acadêmicas e outros meios de divulgação do conhecimento. A lista de materiais existentes é grande. Produzidos por historiadores, jornalistas, diplomatas, escritores, entre outros, encontramos desde textos menos extensos sobre impressões do Japão até artigos acadêmicocientíficos, livros de divulgação e obras mais densas com pesquisas que se voltam para as chamadas “teorias da niponicidade”.

“O eu-lírico dos poemas de “A Cidade conquistada” é ele e suas circunstâncias. E seus desabafos. Já Eduardo Degrazia, autor do livro, não preestabeleceu o seu discurso, não investiu – como muitos o fazem – num discurso pré-moldado. Não se valeu, aprioristicamente, de breviários estéticos ou de conteúdos programáticos. Obedeceu, isto sim, aos “ditames do eu profundo”. E pelas circunstâncias ditarem a sua dicção lírica, a obra de José Eduardo Degrazia é uma obra em progresso. Uma obra que, de livro para livro, quer no âmbito da poesia, quer no da ficção, sempre surpreende os leitores, inclusive o seu leitor mais contumaz e cativo. Ademais, na esteira de Manuel Bandeira, para José Eduardo, “A poesia está em tudo, tanto nos amores quanto nos chinelos, tanto nas coisas lógicas como nas disparatadas”.”

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