Livros

Título: NOTICIAS DA GUERRA E O DESTINO DE LAURA
Autor: Vera Ione Molina

Dimensões: 14 x 21 cm
Páginas: 74
Gênero: Novela
Ano: 2017

NOTÍCIAS DA GUERRA E O DESTINO DE LAURA é uma viagem ao longo dos anos acompanhando mulheres através de revoluções e guerras, desencontros, triunfos, doenças e uma enorme, pesada, silenciosa solidão ocupando cada página. E tudo narrado numa clara voz de mulher, sem dor, pena ou nostalgia. Uma voz rigorosa, contando vidas que agora nos acompanharão para sempre, pois, como a lua cheia sobre o pampa, não esquecemos jamais.

Tabajara Ruas

Título: A AVOADA E O DISTRAÍDO
Autores: Vanessa Silla e Cláudio Levitan

ISBN 978-85-94187-55-0

Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 170
Gênero: Romance
Publicação: Class / Bestiário, 2019

Sinopse

A história contada aqui nesse A avoada e o distraído, de Vanessa Silla e Cláudio Levitan, junta criaturas que, pela lógica, nunca se encontrariam e cuja união teria tudo para dar errado — não fosse a vida (e a literatura, que a representa) o lugar ideal para derrubar obviedades (e para se divertir).

Escrito a quatro mãos, cada capítulo é contado do ponto de vista de um dos personagens — e o que já era complicado se complica um pouco mais. Levitan dá voz a Bartolomeu, um sujeito que já não é mais criança, herdeiro de empresas de joias e de livros raros, que sai atrás de exemplares únicos pelo mundo. Vanessa escreve a parte de Sirena, uma jovem linda e meio desmiolada, que insiste que veio do século 23, sempre ligada numa tomada de 220 watts. Esses dois desiguais, embora resistam, vivem um romance que se inicia em Punta del Este, na Casapueblo, a legendária casa-museu construída por Carlos Vilaró, e se estende pela Europa, chegando a Israel.

Levitan e Vanessa encararam um dos desafios mais pesados da vida literária, que é a escrita compartilhada, modalidade em que um autor tem que se subordinar à vontade e aos ganchos do outro, dando sequência ao enredo com os elementos deixados pelo companheiro. Não é pouca coisa, e sabe-se de casos em que os autores se desentendem à morte — essa, às vezes, nem tão literal.

Aqui, ao contrário, o resultado é uma trama deliciosa, cheia de peripécias e de situações muito divertidas, com um ritmo de thriller mas também de um lirismo que se aproxima de uma bonita prosa poética.

Sugiro ao leitor que preste atenção às “surpresas” apresentadas a cada capítulo, surpresas que, claro, devem ter sido as invenções narrativas para pegar de jeito o companheiro que teria de dar sequência à história. Bonito de ver como os dois autores encampam as informações apresentadas e passam a tratá-las como componentes narrativos, o que dá ao conjunto uma rara feição sistêmica, como se diz hoje em dia. Uma graça.

Cintia Moscovich

Sobre os autores

VANESSA SILLA nasceu em Porto Alegre em 1961.
Formada em Letras pela PUCRS.
Especialização em Literatura Brasileira e Mestrado em Escrita Criativa também pela PUCRS.
Cursando o doutorado em Escrita Criativa (PUCRS).
Este é seu nono livro.

CLÁUDIO LEVITAN nasceu em Porto Alegre em 1951.
Formado em Arquitetura pela UFRGS.
Mestrado em Habitação Popular pela Newcastle-Upon-Tyne University.
Gravou seis discos e recebeu 6 prêmios.
Publicou cinco livros, participou de quatro antologias.
Ganhou Prêmio Açorianos de Literatura Infantil.

Título: CARTAS TROCADAS
Autores: Adriana Bandeira e Jorge Rein

ASIN: B08BQQT6C6

Formato: digital
Páginas: 70
Gênero: Novela
Publicação: Class, 2020

A ideia deste livro surge de um desejo grande de experenciar, enquanto processo, o exercício de uma escrita possível, não demarcada pelos meandros da diferença anatômica entre os sexos.
Uma escrita pertencente a um território designado pelo imaginário homem/mulher torna rasa a condição da criação como força motriz que pertence somente ao que vem à escrita.
De onde escrevemos? Neste desejo de vivenciar esta possibilidade surgiu ” Cartas trocadas”, numa delicadeza de viagem e encontros entre o masculino e o feminino de cada um de nós.
Vamos?
Adriana Bandeira

O desafio originalmente proposto consistia na tentativa de confirmar ou não a existência de uma escrita feminina, exclusiva e excludente, impedindo o acesso, enquanto espaço/estilo de criação, de qualquer autor do sexo masculino ou assemelhado. E também o contrário: legitimar ou desmentir a impossibilidade de uma escritora aceder aos códigos da masculinidade literária, assim como se houvesse, para cada um dos gêneros, algum tipo de reserva territorial. Era preciso, porém, fugir dos estereótipos, da mera imitação, da transliteratura e também do pastiche, do deboche ou da caricatura. Complicada missão.
A salvação veio da mão de Lady Jane e John Thomas, nomes próprios que os protagonistas do romance O Amante de Lady Chaterley, de D. H. Lawrence, apaixonadamente, concedem aos seus respectivos órgãos sexuais. O resto foi brincar de dar continuidade epistolar à separação física do casal.
Deu no que deu: um jogo de sucessivas trocas de cartas, gêneros e identidades entre os dois responsáveis pela experimentação. Cabe ao leitor que tope entrar na roda a identificação da autoria de cada uma das mensagens. Cabe à dupla de autores manter isso em segredo.
Jorge Rein

Sobre os autores:

Adriana Bandeira
Psicanalista, exercendo seu ofício em consultório e em projetos para Politicas Publicas em saúde mental. Natural de Montenegro/RS, tem dois livros publicados: Chá das Cinco, editora Age – 2006, e Escritos de Calabouço, editora Patuá- 2018. Teve dois poemas contemplados com menção honrosa no prêmio Lila Ripoll 2019.

Jorge Rein
Nasceu em Montevidéu e reside em Porto Alegre desde 1971. É contista, dramaturgo, tradutor e poeta. Em 1986 publicou, pela editora Tchê!, sua primeira experiência em língua portuguesa, o livro-objeto “&”, ilustrado pela gravadora Anico Herskovits. Teve contos publicados em diversas coletâneas, antologias e revistas literárias do Brasil, Uruguai e México. Nos últimos anos, sem ter abandonado o conto, vem se dedicando preferencialmente à poesia e à dramaturgia, modalidade na qual conquistou premiações em concursos no Brasil (IBAC / FUNARTE), Venezuela (ITI-UNESCO) e Uruguai (EL GALPÓN). Em 2017 publicou, pela editora Patuá, o livro de poesia ‘Grafiteiro do Avesso”, finalista do Prêmio AGES daquele ano.

Título: NÃO SOU NENÊ, SOU CACHORRO
Autora: Vera Ione Molina
Ilustrações: Jusca

ISBN: 978-65-990301-7-8
48 páginas
Dimensões: 25 x 21 cm
Gênero: Infantojuvenil
Ano: 2021

Leia um trecho:


A viagem

Mala, mochila, bolsa e gaiola. Além de mim. Ela pegou o telefone e chamou um táxi. Íamos pra rodoviária.

Já tinha ouvido aquele nome e também conhecia aquela gaiola. Mas não me lembrava pra que servia.
Pra boa coisa não era, porque Ela me olhava e falava comigo como se eu fosse nenê:

“Pobiginho. Vai ser bem rápido. Daqui a pouco, estamos em nosso destino”.

Destino? Essa palavra tinha que ver com cartas de baralho em cima da mesa de uma senhora que se chamava Cartomante.

Ela, aos gritos comigo. Eu era pequeno, quase um bebê e tinha que ficar bem quieto. Que eu não atrapalhasse, queria saber de um homem que ia chegar abrindo caminhos, vindo não sabia de onde. Mas ia mudar a vida dela. Pra melhor, Ela dizia e depois contava para as amigas no feicebuque e no telefone.

Eu soltava um laditinho e Ela gritava: “Cale o bico”.

Chegou uma hora que Ela abriu a gaiola e me enfiou pra dentro, como se eu fosse um passarinho. E ainda disse:

“Você vai conhecer o mar, vai brincar na areia e vai caminhar muito pela cidade com a mãezita”.

Espiei Ela pelas grades e vi que estava chorando.

Ilustrações:
Francisco Juska Filho
, ou simplesmente Juska, é um cartunista e ilustrador brasileiro, nascido no Rio Grande do Sul. Tem um estúdio em Porto Alegre, onde cria histórias em quadrinhos, ilustrações para as mais diversas áreas e finalidades, cartilhas e desenhos publicitários. Já participou de diversos salões de desenho de humor, nacionais e internacionais, como o Salão Internacional de Humor de Piracicaba (SP) e de Tóquio (Japão), onde recebeu prêmios.

Texto:
Vera Ione Molina Silva
 nasceu em Uruguaiana, RS. é escritora e revisora crítica. Mudou-se para Porto Alegre na década de 1970, e graduou-se em Letras na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Nos anos 80 e 90, foi ministrante de oficinas literárias na Casa de Cultura Mario Quintana e no Centro Municipal de Cultura. Em 1994, concluiu o curso de pós-graduação em Teoria da Literatura na
PUC/RS. Em 2003 integrou o júri do Prêmio Açorianos de Literatura, na categoria narrativa longa. Ministra oficinas de criação literária online em prosa de ficção e realiza trabalhos de revisão e leituras críticas em todos os gêneros. Publicou livros infantis, livros de contos e novelas, além de integrar várias antologias de poesia e contos. Publicou ensaios e artigos em diversos jornais e revistas, como Momento de Uruguaiana, Tribuna de Uruguaiana, Diário da Fronteira, em Uruguaiana, e Zero Hora, em Porto Alegre, além de outros jornais do interior.

Título: LAURA SOLITÚDINIS
Autor: Leonardo G. Faé

ISBN : 978-85-94187-77-2
Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 108
Gênero: Romance
Publicação: Class, 2019

Laura foi obrigada a abandonar sua vida anterior; agora, arrastada pelas circunstâncias, mata um nobre renomado e se envolve com o mundo do crime como assassina de aluguel. Até se deparar com um trabalho que não consegue cumprir e resolver fugir. Em sua busca por redenção, luta com seus conflitos filosóficos e emocionais, bem como com os fantasmas de seu passado.

Título: TRÊS MULHERES A DOIS
Autora: Ester Mambrini

ISBN : 978-85-94187-79-6
Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 40
Gênero: Romance
Publicação: Class, 2019

(…) Entre minha proposta descolada e o convite dela pra ficar, é suficiente um descuido qualquer. Já aprendi faz tempo: pra elas, o pico que se avoluma no meu pau parece que só pode se ouriçar se, e apenas se, acionar junto um lampejo de esperança no amor que tudo move e salva. (…)
(…) De uma conversa a outra, serei guiada pela habilidade social dos meus amigos, acolhedores da exuberância do meu corpo e também dos silêncios de mim, quando então, camuflada a alegria nos artifícios das luzes, festejarei ainda a benção de um encontro assim: dois corpos reduzidos ao movimento mínimo pro máximo desfrute mútuo. Depois de uma trepada assim, depois de um gozo desses, formulo uma máxima: sexo do bom é bem melhor que paixão.
(…)
(…) Ali ficou deleitando-se em segredo absoluto até que Wall demarca a finalização da fantasia: “Está bom assim?” E ela que sim, sim, que estava muito bom, mas que faria um pequeno ajuste. Apertou ainda mais uma coxa cruzada sobre a outra prum breve gozo em despedida e bastou afastar as pernas em seguida pra que o calor emanado dali denunciasse o cheiro agridoce que evoluía conforme a seda da capa ondulava sob o jogo de braços pedindo que Wall lhe alcançasse pente e escova. (…)

Título: O LIVRO QUE NÃO ESCREVI
Autor: Ramon Castro Reis

ISBN 978-85-94187-43-7

Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 108
Gênero: Romance
Publicação: Class, 2019

Sinopse

Honore Ayala, um professor de literatura frustrado, filho de uma dona de casa religiosa e de um antiquário emocionalmente distante, tenta narrar em cartas enviadas a um amigo as dificuldades que o levaram ao fracasso em escrever um livro. 
Durante o relato, acaba relembrando alguns episódios de sua infância e adolescência e as particularidades na relação com seus pais, colocando o leitor atento como participante das potenciais correlações entre o passado remoto e o que está descrito nas cartas. 
Aos poucos, pedaços de sua história, ao mesmo tempo obscuros e prementes por se fazerem conhecidos, vão ganhando forma e palavras, levando-o a uma grande descoberta e, depois, à encruzilhada de sua vida.
A tentativa de relatar os aspectos contraditórios de sua existência, acompanhada do esforço de minimamente compreendê-los e até ordená-los, põe quem o acompanha como testemunha das dúvidas e angústias que só alguém disposto a ir ao fundo da sua história e de si mesmo encontra pela frente. E atrás de si. 

Sobre o autor

Ramon Castro Reis é psiquiatra e psicoterapeuta. Nos últimos anos publicou poesias, pequenos contos e breves artigos relacionados à literatura e à psicanálise em jornais psicanalíticos e nas suas páginas do Facebook e do Instagram. O livro que não escrevi é seu romance de estreia. 

Título: AMARGA NEBLINA
Autor: Fernanda Mellvee

ISBN 978-85-94187-30-7

Romance finalista do
Prêmio Kindle / Amazon de Literatura

Formato: 14 x 21 cm.
Páginas: 142
Gênero: Romance
Publicação: Class, 2018

As personagens de Fernanda Mellvee são frequentemente mulheres fortes de outros tempos que sonham com uma vida de aventura, mas sentem-se presas pelas imposições da sociedade em que vivem. Seriam essas mulheres tão diferentes de nós, mulheres do século XXI? As imposições podem ter mudado de alguma forma, mas continuam existindo. De modo mais amplo, podemos ainda refletir sobre a relação entre a sociedade e o indivíduo, seja ele mulher ou homem, pois a melancolia de uma vida que passa e a busca pelo significado da existência são inerentes à própria alma humana.

Em Amarga neblina, romance finalista do Prêmio Kindle / Amazon de Literatura, da Amazon, temos a figura de Aurora, uma jovem com sede de vida – como seu próprio nome indica, a esperança e a expectativa de um novo dia -, mas que se sente condenada a vida entediante de uma cidadezinha pacata, e, de repente, vê seu mundo virar de cabeça para baixo com a chegada de um misterioso forasteiro que teria poderes sobrenaturais. Entre um misto de repulsa e fascinação – quase inveja de sua vida livre –, Aurora é cada vez mais envolvida pela aura desse homem enigmático que pode mudar seu próprio destino, garantindo que o leitor não consiga desviar os olhos nem por um minuto das palavras de Fernanda Mellvee.


Por Aline Pascholati

eBook – R$ 18,00
ou grátis com Kindle Unlimited

Título: CATARINA ABRE UM CAMINHO DE MAGIA
Autor: Vera Ione Molina e Juska

ISBN 978-85-94187-27-7

Formato: 16 x 23 cm.
Páginas: 20
Gênero: Infantil
Publicação: Class, 2018

Mamãe correu a fechar os postigos. Um ciclone chegava a cento e oitenta quilômetros pela costa.
Ela me levantou do chão e me acomodou em cima do sofá. Pelas frestas, enxerguei os dois leões que ladeavam a porta da enorme casa do outro lado da rua.
Entrava um vento com areia que arranhava a ponta do nariz e eu me encolhi, mudando a cabeça de posição. Pelo vão descoberto agora, eu via os dois cachorros que vinham comer as sobras de nossa comida quando os veranistas iam embora. Eram grandes, os pelos compridos, agora espichados. Os dois majestosos ladeavam o caminho empedrado que ligava a casa à calçada, imitando as esculturas do vizinho rico.

continua

R$ 30,00

Título: NANOTEMPO
Autor: Vanessa Silla

Dimensões: 14 x 21 cm
Páginas: 
Gênero: Romance
Ano: 2015

Vanessa Silla e seus escritos urgentes
Publicado no site da Biblioteca Central da PUC RS

Mestranda em Escrita Criativa na PUCRS – onde também se graduou em Letras e cursou especialização em Literatura Brasileira – Vanessa Silla é autora de cinco livros. O último deles, Nanotempo (Editora Bestiário), acaba de sair do prelo. O livro se integra a Nanoescritos (2008) e se caracteriza por narrativas breves, que, segundo a autora, refletem a “urgência moderna”. A seguir, ela fala mais sobre seus projetos literários.

No Nanoescritos, uma personagem diz que na primeira oficina de criação sentiu-se assim como um extraterrestre. Foi assim com você também? Qual o papel das oficinas na sua vida de escritora?

Ao contrário da minha personagem, não me senti uma estranha nas primeiras aulas de Oficina que frequentei. Na verdade foi bem o oposto. Quando participei da primeira oficina tive uma sensação extremamente reconfortante. Fiquei muito feliz porque descobri que existia um local de se pensar, escrever e aprender técnicas de escrita. Quando fazia a Oficina ficava a semana toda querendo que chegasse logo o dia. Foi um período muito lindo na minha “estradinha literária”. Depois até fiz o meu trabalho final de conclusão da Especialização em Literatura Brasileira sobre oficinas literárias.

Fale um pouco sobre a série Nano. Como surgiu? Qual é a ideia? Haverá outros livros Nano?

A série Nano surgiu quando eu estava agrupando alguns escritos que eu tinha para formar o livro. Constatei que meus textos não eram extensos e tinham está característica meio urbana e rápida. No intuito de não misturar gêneros, criei o nome Nanoescritos para representar meu estilo. O Nano é a crônica curta, o conto conciso, a poesia enxuta. Vem de encontro com a urgência moderna. Detalhe: amo livros de muitas páginas e nada tenho contra leituras mais elaboradas. Apenas soube combinar meu estilo com uma demanda mais atual. A ideia da série é um pouco mais densa do que parece. Todo Nanoescrito é permeado por uma personagem muito rasa que transita no meio literário e acaba tentando convencer editores a publicá-la. Eu gosto de pensar que é uma brincadeira séria sobre literatura. Se vai haver outrosNanos? Posso responder que a personagem está ficando espaçosa, então acho que sim (risos).

Você acaba de lançar o Nanotempo

O livro trata da pressa, da falta de tempo e também dou um jeitinho de colocar esta “personagem-nano” – que não tem nome – outra vez na batalha de ser publicada. Também experimentei o hibridismo. Vasculhei meus apontamentos de Roland Barthes e procurei desconstruir a forma, para que a recepção da leitura pudesse ser diferente. No Nanotempo, o texto pode ser lido tanto por uma menina de treze anos quanto pela mãe de setenta anos.

Você acha que sua literatura é mais “para mulher ler”

Você acha que sua literatura é mais “para mulher ler” Não curto muito a etiqueta de que minha literatura é mais para mulher, mas confesso que há uma forte pegada feminina. Jamais pensando em ser feminista, até porque isso já está muito clichê. As mulheres se identificam mais porque as coloco numa posição de “debochar” do que as exclui do mundo. Um tom jocoso, mas com imenso lacinho cor de rosa.

Luís Roberto Amabile
Doutorando da Fac. de Letras da PUCRS.

eBook – R$ 8,00

R$ 10,00

Título: NANOROMANCE
Autor: Vanessa Silla

Dimensões: 14 x 21 cm
Páginas: 
Gênero: Romance
Ano: 2016

VANESSA SILA nasceu em Porto Alegre em 1961. Formada em Letras – Tradutor Intérprete na Pontifícia Universidade Católica do RGS (PUCRS) em 1986. É professora de inglês. Cursou algumas oficinas literárias. Este é seu sétimo livro.

Por que escrevemos?
Gabriela Silva

Em “Cartas a um jovem escritor”, Mario Vargas Llosa fala que a vocação literária tem, como atributo principal, o exercício dessa habilidade que é a escrita. É o que acontece em “Nanoromance”. Vanessa Silla exerce sobre o texto e, em conseqüência, sobre nós, seus leitores, o fascínio a respeito do processo de escrita, descrevendo o processo de engendramento do texto literário, desde a sua gênese, no mundo das ideias silenciosas, até o encontro definitivo com o papel. A cada novo capítulo, o texto se desdobra em vários outros e, em um jogo de fragmentos e continuidades, surge o romance, ou melhor, um meta-romance. A criação de um texto narrativo é algo que parece envolta em mistério para a maioria dos leitores. De onde surgem as ideias, por quais caminhos tortuosos e mágicos elas se consolidam nas obras?
O cerne deste romance é a construção do próprio texto, desnudando as emoções e peculiaridades do cotidiano de um escritor. Iniciamos a narrativa dentro do universo particular da narradora: Lyna Luck, uma estudante de escrita criativa, frequentadora de oficinas, que procura a palavra certa para seus textos, a emoção exata para suas personagens e, mais do que isso, busca entender a si mesma nas linhas de suas produções.
Esse cotidiano não é tratado como um calendário, mas através de inserções dos elementos que movem os seus dias: trabalho, amigos, relacionamentos, memórias, redes sociais, escolhas musicais e leituras que lhe acompanham. O escritor, na obra de Vanessa, não se isola do mundo, numa aura de divindade e como um ermitão dedica-se à escrita. Ele participa do mundo e, dele, tira suas histórias. As personagens de “Nanoromance” estão repletas de vida, de sentido e de similaridade com o mundo real. As relações cotidianas, complexas ou simples, aparecem no romance, em torno da protagonista, nas ideias e dificuldades dos processos de escrita pelos quais passa.
Diferentes narradores compõem o romance, mudando de acordo com a frequência da narração e do foco de Lyna: uma hora é a história de Rita e Arthur, em primeira pessoa, romance que ela se propõe a escrever todos os dias; em outro momento, Crista, que é um dos exercícios de oficina, conta a sua história e, por fim, surge “Mulheres Bovary”, romance em vinte capítulos feito a pedido do professor. Lyna também se desdobra, transformando-se um pouco em cada uma de suas personagens. James Wood em “Como funciona a ficção” comenta que uma das mais importantes características de um autor é capacidade da criação da linguagem para cada personagem e de mantê-la ao longo da narrativa, Vanessa faz isso com precisão, suas personagens possuem modos distintos de expressão, de fala, de condução de ideias e em nenhum momento elas se misturam, são únicas, diferentes e ao mesmo tempo indissociáveis na leitura do romance.
A cada nova história construída por Lyna, Vanessa também se desdobra e se constrói como autora. A metaficção e a ideia do “mise-em-abyme” são o centro da narrativa, em que Lyna e seu percurso de escrita são a moldura das histórias de suas personagens. Escritor não é autor, mas Vanessa expõe uma vertiginosa vocação de criar narrativas através de sua protagonista.
As relações externas, com colegas, com o âmbito da oficina, o inevitável pensamento de que não é possível conseguir escrever um texto sem sofrer, sem saber-se perdido entre os espaços da criação, tudo entra na construção de “Nanoromance”. A vida que se embrenha no texto; o texto que vibra com a vida. Tudo ao mesmo tempo percorre o romance de Vanessa Silla, um exercício de observação do mundo e do escritor que se fragmenta a cada texto escrito. O prefixo “nano”, que compõe o nome da narrativa, significa brevidade e dimensão reduzida ou, ainda, a potencialização de algo a um nível muito elevado. A segunda opção define a obra: Vanessa potencializa a sua capacidade criativa, transformando sua protagonista numa dessas potências, e Lyna, por sua vez, também se expande nas suas criações. “Nanoromance” é um livro sobre a arte da escrita, sobre a vantagem do escritor de poder viver inúmeras existências a partir da própria.
O mote do romance é contemporâneo e universal: a visão do escritor sobre si mesmo, sobre seus processos e labirintos de ideias e de imagens que compõem seus textos, que o tornam tão especial e indispensável aos seus leitores. Assim como autores que se debruçaram sobre a escrita como Roland Barthes e Robbe Grillet tratando dos aspectos de construção, preparação e idealização do romance, respeitando suas novas formas, admirando suas modificações, Vanessa escreve sobre o exercício cotidiano da escrita do gênero. De um modo muito particular e compatível com o seu tempo, a autora pertence a esse seleto grupo de escritores que é esperado, desejado pelo universo da leitura. E, mais do que tudo, é a certeza de que Vanessa Silla sabe, definitivamente, criar personagens.

Gabriela Silva é autora de Ainda é céu, livro de poemas.
Nasceu em São Paulo, mas vive em Porto Alegre. Formada em Letras, é mestre e doutora em Teoria da Literatura pela PUCRS.

eBook – R$ 10,00

Título: ASSASSINOS DE ANÚBIS
Autor: Everton Gullar
Capa: Patrick Dolfino

ISBN 978-85-94187-21-5

Dimensões: 14 x 21 cm
Páginas: 180
Gênero: Romance
Publicação: Class/Bestiário, 2018

Safir é vitimado por um câncer agressivo nos pulmões e se vê com os dias contados. Restam-lhe em torno de 90 dias. Para passar seu tempo, decide cultivar pés de tomate-cereja, renega qualquer tratamento ou intervenção cirúrgica. Mas, com o retorno de Juliana, seu grande amor, com quem foi casado e traído, Safir sobrevive, porém já não é mais o mesmo. Algo mudou de forma grave, ele decide marchar contra o sistema. Trilha um caminho sem volta, vivendo entre o bem e o mal.

Até conhecer Lauro, o presidente do Hospital de Transplante do Estado que percebe suas qualidades, um poderoso soldado, e convida-o para fazer parte dos Assassinos de Anúbis,  organização secreta que age pelas sombras da sociedade, lutando contra a corrupção e a falta de órgãos no banco de transplantes. Os políticos corruptos passam a ser julgados por Anúbis e podem ser devorados por Ammit.

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